domingo, 3 de maio de 2009

A Hora e a Vez de Augusto Matraga - Resumo

A estória de Augusto Matraga mistura elementos de uma autêntica Tragédia Grega com ingredientes do Cristianismo como Pecado, Culpa, Castigo e Redenção. Didaticamente dividimos o conto em três fases:

Na primeira fase, temos Matraga, ou Augusto Esteves (Nhô Augusto), um homem poderoso e temido, filho de um coronel do sertão mineiro, casado com Dona Dionóra e tendo uma filha. Ele é um homem valentão, briguento e mulherengo, tem dinheiro e jagunços. Mas o Destino prepara um Castigo para Matraga: sua mulher Dionóra, que já não o ama mais, foge em companhia da filha junto com um pretendente, Ovídio. O seu maior inimigo, o Major Consilva, comprou seus jagunços e prepara uma tocaia contra Nhô Augusto. Matraga, ao saber, resolve atacar o Major e depois matar a esposa e o pretendente. Porém, ao enfrentar o jagunços do Major, acaba brutalmente ferido, cai numa ribanceira e é dado como morto.

Na segunda fase, Matraga é encontrado e tratado por um casal de negros, Pai Serapião e Mãe Quitéria. A recuperação física é lenta e dolorosa. Matraga é invadido por uma profunda tristeza e passa a refletir sobre seu comportamento. Temos ai um momento de arrependimento, onde a sua tragédia pessoal é vista como um Castigo do Destino. Matraga se arrepende e quer ir para o céu "mesmo que seja a porrete".

A terceira fase, temos a chegada ao vilarejo do bando do cangaceiro Joãozinho Bem-Bem. No vilarejo todos temem o bando mas Matraga, sentindo uma identificação pessoal com Joãozinho (Nhô Augusto também foi um homem poderoso e temido no passado recente), convida o grupo a se hospedar com ele.
Nesta fase encontramos a Tentação e a Redenção. Matraga é convidado por Joãozinho a integrar o bando, tal como Cristo foi tentado pelo diabo no deserto, e rejeita a proposta. O bando parte e posteriormente Matraga os encontra em outra localidade próxima. Como um jagunço tinha sido morto pelas costas por um morador do vilarejo que fugira, o chefe Joãozinho Bem-Bem resolve matar os homens de sua família e maltratar as mulheres. Matraga se opõe a esta injustiça, enfrenta com armas o bando e num duelo final, acaba morrendo junto com Joãozinho. È o sacrifício pessoal como prova da fé, a Redenção. Como Cristo na cruz, Augusto Matraga encontra sua Hora e sua Vez.

Um comentário:

  1. Caríssimo Ubaldo,
    A idéia (ideia, na nova ortografia) é excelente. Parabéns!!
    Um abraço,
    Massa

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